Se
há lugares que foram pensados para que pudessem ser contemplados, este é seguramente
um deles. Uma incontornável harmonia de sons e cores. A serenidade que inspira
estar aqui. Sentar, escutar, ver e sentir. O que poderia ser melhor?
Mas
como pode a vida frenética da mãe-Natureza inspirar tanta tranquilidade?
Olhando em redor, vejo o corrupio e a agitação dos animais e das plantas
organizando as suas vidas.
A
alvéola-branca baloiça a cauda e arrecada as migalhas deixadas nas mesas do
River Shack enquanto o pato-real vagueia em busca das que ficaram esquecidas
pelo chão. As gaivotas, vorazes, espreitam atentas pelo canto do olho, planeando
a estratégia de ataque.
O
ganso-do-egito veio fazer uma visita. Por momentos, deixa-se contagiar pela
beleza deste local e consegue tirar os olhos da sua Jane, que o acompanhou até
aqui. Estão ambos deslumbrados.
Num
recanto da margem do rio, a mamã e o papá cisnes incubam os seus ovos à vez. Na
semana passada estavam atarefados a compor o ninho. Daqui por uns dias, estarão
com as suas crias, preocupados em encontrar alimento.
E
como de costume, num segundo tudo volta a mudar. Um enorme chuveiro cai sobre
mim e o meu molho de folhas rabiscadas. É hora de regressar a casa.