terça-feira, 26 de junho de 2012

Despedida à chuva

Dolphins, Stoke Gabriel: a chuva, o sol, o arco-íris, as estrelas e eu
Foi embora o Maio e com o Junho regressou a chuva. Está cheia de energia, quer recuperar todo o tempo que perdeu e, para se vingar, não deixa sequer que uma pontinha de sol a acompanhe.
Consequentemente, aquelas magnificas sete cores  em arco que frequentemente apareciam no horizonte e que davam outro ânimo ao fim do dia, deixaram de se ver.
Lá em cima, no céu, as estrelas estão umas dorminhocas. Agora é preciso esperar pelas 10:30 pm para as ver brilhar. Mas vale a pena esperar. É um céu limpo como não é muito fácil de encontrar.
E eu estou de partida. Vou ao encontro do sol. Mas levo-te comigo.

sábado, 16 de junho de 2012

Anywhere

As coisas impressionantes que há. Em qualquer parte do mundo, há sempre alguém com a extraordinária capacidade de ler nas entrelinhas.
*Please, do not feed the animals / *Por favor, não dê comida aos animais
Esta será provavelmente a mensagem mais conhecida de todos os que frequentam jardins, parques, jardins zoológicos,… E, esteja escrita em que língua estiver, muitas pessoas conseguem deslindar que, o que a mensagem pretende transmitir exatamente é: Os animais estão esfomeados. Por favor, dê-lhes alguma coisinha que comer.
É por isto e só por isto que por vezes (muitas vezes) (DEMASIADAS VEZES!) se vêem pessoas a dar pão aos patos, migalhas aos pombos, bolachas aos ursos,…  Tudo não passa de uma hábil capacidade de ler nas entrelinhas. MAS, se o leitor não possui esta capacidade, por favor não fique preocupado. Estou certa de que terá outras capacidades até melhores.
*Please, keep your dog on a lead / *Por favor, mantenha o seu cão pela trela
Mais uma vez, uma dedução sábia que se tira nas entrelinhas: Por favor deixe o seu cão ir brincar com os animais. E de repente, alguém que não possui esta capacidade pergunta: Mas quem é que permitiu que o cão fosse perturbar os animais??
São simplesmente meras questões de interpretação. Em qualquer parte…

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Seasons

E porque tudo muda, achei que devia voltar a Berry Head.
O lugar tímido e de tonalidades sóbrias onde as aves cantam a medo, que conheci em Fevereiro, tirou o casaco, arrumou o guarda-chuva e transformou-se num alegre e vistoso palco.  
Orquídeas, falcões peregrinos, airos e golfinhos são os protagonistas nesta época do ano.
As orquídeas, espalhadas pelo solo, vestem-no de beleza e magia. Os airos, esses tagarelas que revestem parte da falésia, discutem a vida dos vizinhos incessantemente. Claro que também fazem uma ou outra pausa de vez em quando para pescar. Os falcões mantêm a sua pose séria e indiferente. No vaguear dos seus pensamentos talvez se interroguem em que é que os airos tanto falam! E depois no mar, estão os golfinhos a brincar. São as estrelas do último ato.
Vontade de assistir?  Não há dois espectáculos iguais. Porém, se todos formos responsáveis, estes artistas poderão continuar a  atuar e reinventar novas peças a cada dia durante vários anos.  
Afinal, é só mais um lugar demasiado especial. Precisa que o tratem bem e que o deixem repousar.